"Logo depois do nascimento do Matthew eu estava tão exausta que não sentia nada parecido com amor."
Mary C
Muitas mães compartilham desse mesmo sentimento, mas poucas falam sobre isso. A ideia de que o vínculo com o bebê nasce automaticamente é uma das maiores romantizações da maternidade.
Se você também já se perguntou: “Cadê aquele amor que todo mundo fala?”, saiba que não está sozinha.
É normal não sentir amor pelo bebê logo após o nascimento?
Quando estamos grávidas, tentamos nos preparar ao máximo: montamos o enxoval, estudamos sobre o parto, organizamos a mala da maternidade. Recebemos informações sobre o nascimento e sobre os primeiros cuidados com o bebê.
Mas a realidade é que a maioria das mães, ao chegar em casa, não sabe exatamente o que fazer. Muitas demoram dias, semanas ou até meses para se adaptar à nova fase. É nesse período que surge a frustração por não sentir imediatamente aquele amor todo pelo bebê.
A exaustão, os hormônios, o cansaço físico e emocional tornam esse início ainda mais desafiador.
Por que tantas mães se sentem culpadas?
Infelizmente, a romantização da maternidade cria expectativas irreais. O “parto ideal”, a “maternidade perfeita” e o “amor instantâneo” são narrativas que pesam sobre as mulheres e geram culpa quando a realidade é diferente.
Muitas mães acreditam que estão falhando quando não sentem uma conexão imediata com o bebê. Essa comparação constante com outras experiências só aumenta a sensação de inadequação e esgotamento.Todo relacionamento precisa de tempo e vínculo para o amor florescer. Com o bebê não é diferente. O amor verdadeiro nasce no cuidado diário, na atenção às necessidades e na convivência.
É importante lembrar: nos primeiros meses, a principal necessidade do bebê é a presença da mãe. E para estar presente de forma saudável, é essencial que você também se acolha, respeite seu ritmo e não se compare com outras mães.Quanto mais você se permite viver um dia de cada vez, mais forte e inquebrável se torna o vínculo com o seu bebê.
Não existe receita pronta para maternar. Cada mãe e cada bebê têm suas próprias necessidades, e somente você será capaz de identificar as do seu filho.Isso não significa que informações e trocas não sejam importantes , mas é preciso lembrar que cada jornada é única.
Acolha seu bebê e acolha também a mãe que você está se tornando. Ser mãe é viver tentando acertar, e cada tentativa é prova de amor.
O amor nem sempre nasce pronto. Muitas vezes, ele é construído com paciência, cuidado e presença.A maternidade bem vivida não é a perfeita, mas a possível. É aquela em que você erra tentando acertar, aprende com o processo e cresce junto com o seu bebê.
Você não está sozinha. O vínculo vai se fortalecendo a cada dia.
Com carinho,
Ava
Bibliografia:
PARKER, Jan; STIMPSON, Jan. Criando Filhos Felizes. Rio de Janeiro: Bestseller, 2008.

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